
On the Edge of Time
Here there be dragons. On the edge of time, in the wicked twists of wyrmhole space, wyrmdragons pre
Uncategorized Kristine Stenzel, Bruna Franchetto, (eds.) 35 13th Mar, 2023
Este número de LinguiStica, o primeiro de 2019, contribui para a celebração do Ano Internacional das Línguas Indígenas, iniciativa da UNESCO para estimular a consciência da vasta diversidade linguística e cultural do mundo. Continuamos, também, o empreendimento que produziu um primeiro volume contendo doze narrativas, analisadas, em línguas amazônicas (STENZEL & FRANCHETTO, 2017, foco da resenha de Andrew Nevins neste número), cujo objetivo foi o de permitir acesso e maior visibilidade às artes verbais dos povos indígenas. O sucesso dessa primeira publicação, junto a pesquisadores indígenas e não indígenas, nos levou a organizar uma segunda coletânea de execuções de artes verbais indígenas com introdução e traduções bilíngues, em português ou espanhol e inglês. Como na publicação anterior, os textos agora publicados mostram o crescente envolvimento dos povos indígenas na documentação, dando voz às suas perspectivas e aos seus conhecimentos. Renova-se, também, a tradição das análises de textos como parte importante da documentação linguística e etnográfica, bem como o reconhecimento de artes da palavra como fontes para o entendimento de formas e práticas de vida e pensamento. São estes os tópicos da “roda de conversa” - Com a palavra, os pesquisadores indígenas -, transcrita e editada, que substitui a sessão “entrevista” e que representa uma novidade não presente no volume anterior. Reunimos professores e estudantes indígenas de pós-graduação para que eles conversassem sobre tradição e inovação nas artes das palavras ameríndias. Os doze textos que compõem esta coletânea provêm de vozes femininas e masculinas de doze povos indígenas da América do Sul, que falam línguas geneticamente distintas e que habitam territórios da bacia amazônica até o Gran Chaco no Paraguay (vejam o mapa abaixo). São vozes dos Guajá (Tupi, Tupi-Guaraní), que vivem no estado do Maranhão (nordeste brasileiro), e dos Krahô (Jê, Timbira), em Tocantins, o estado vizinho a sudoeste. Indo para o Brasil central, temos narrativas dos Ikpeng (Karib), em Mato Grosso, and, novamente para oeste, dos Wayoro (Tupi, Tuparí) e dos Karitiana (Tupi, Arikém), ambos em Rondônia. Os Dâw (Naduhup) e Wa’ikhana (Tukano Oriental) vivem no noroeste brasileiro, na fronteira com a Colômbia, e encontramos os Muruí (Witoto) no sul da Colômbia e norte do Peru. Não muito longe, entre Brasil, Colombia e Peru, e entre os rios Putumayo e Amazonas, está o território Tikuna (isolada, condição ainda em discussão), com os Iskonawa (Pano) na Amazônia peruana mais ao sul. Finalmente, indo para sudeste, estão os Guató (isolada) da região do Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e, ainda, os Maká (Mataguayan) no Paraguay.